A Doença do Rim Policístico, ou PKD (Polycystic Kidney Disease) é uma afecção que causa múltiplos cistos repletos de fluido no parênquima renal. Esses cistos podem ter diâmetros variando entre 1mm até mais de 1cm, e estar presentes tanto no córtex quanto na região medular dos rins. Com o passar do tempo esses cistos aumentam em número e tamanho, e a medida que crescem, comprimem o tecido renal comprometendo sua funcionalidade. Essa é a doença genética que mais observamos nas raças Persa (inclusive Himalaios), híbridos de persas, e outras raças de pêlo longo, e é causada por um gene autossômico dominante. A PKD pode ser unilateral ou bilateral, e pode ser diagnosticada em filhotes a partir da 6ª semana de vida, embora possa também somente desenvolver-se posteriormente. Os gatos acometidos podem entrar em falência renal por volta da 8ª semana de vida, no entanto, a doença é geralmente subclínica até o gato estar com idade um pouco mais avançada (entre 3 e 7 anos), quando começa a apresentar sinais de insuficiência renal crônica.
Os sinais clínicos incluem polidipsia e poliúria (aumento da ingestão de água e produção de urina, respectivamente), perda de peso, inapetência e letargia. Infecções secundárias podem ocorrer, e demandam tratamento com terapia antibacteriana.
Diagnóstico:
O diagnóstico é baseado na presença dos sinais clínicos, palpação abdominal revelando aumento do tamanho dos rins, e ultrassonografia abdominal. A ultrassonografia é o exame não-invasivo de maior sensibilidade e especificidade, onde os cistos podem ser facilmente visualizados. Outros testes diagnósticos também utilizados são a radiografia abdominal (pouco específico) e a urografia excretora. Há ainda a possibilidade de diagnóstico através de exame de DNA, que pode ser realizado em gatos de qualquer idade. Outra forma de garantir que seu gato seja PKD-negativo é através do diagnóstico PKD-negativo dos pais.
Tratamento:
O tratamento consiste na estabilização do paciente e manejo adequado. O tratamento para insuficiência renal crônica é quase sempre utilizado, de acordo com a gravidade do quadro. Dietas especiais, fluidoterapia e medicamentos ajudam a melhorar a qualidade e expectativa de vida desses gatos. Antibioticoterapia pode ser necessário, visto que a infecção bacteriana secundária ocorre em alguns casos. É importante ressaltar ainda que, por se tratar de uma doença genética, os felinos acometidos devem ser afastados da reprodução.